quarta-feira, 26 de abril de 2017


Eis quem eu sou: um poço de imperfeições. 
Mas posso te garantir uma coisa: sou de verdade.
Fale o que quiser falar de mim. É um direito que lhe cabe. Mas não sou falsa. Não finjo ser o que não sou. Não uso máscaras. Não sou dissimulada. Nunca disse que eu era certinha. Nunca fingi ser recatada. 
Então na minha imperfeição, costumo aceitar as imperfeições alheias. Não espero nada de ninguém. Já esperei muito. Hoje sei que cada um dá o que pode. O que consegue. O que quer. Cabe a nós aceitar ou não. E quando temos que nos diminuir pra caber no mundo alheio, temos que nos respeitar e cair fora. 
Sim, me afastei de muita gente. Sim, muita gente fala sobre isso. Desconfia que eu não sou tão confiável por isso. Não tenho que provar nada pra ninguém e nem vou tentar isso. Mas só digo uma coisa: se me afastei das pessoas que vocês costumavam me ver andando junto é pq eu não cabia mais no mundo delas. Mas não ando por aí difamando ninguém. Maldizendo ninguém. Pessoas vão e vêm. Algumas ficam para sempre. Outras não. Mas nem por isso vou falar mal delas. O importante mesmo é não nos perdermos de nós mesmos no meio do caminho. Se para ter alguém por perto, eu preciso deixar de ser eu mesma, sinto muito. Eu sigo em frente mesmo e nem olho pra trás.

quinta-feira, 20 de abril de 2017

"Sempre há uma saída. Quando as coisas parecem não ter solução, sempre há um jeito. De fazer o impossível. De sobreviver ao impensável. Há sempre um jeito. E você... Você e eu temos isso em comum. Diante do impossível, sentimos inspiração. Então se posso dar um conselho é que, hoje, se sentir medo, em vez disso, fique inspirado." [Fala extraída do episódio 7, temporada 6, Grey's Anatomy]

Tem exatamente tudo a ver com a gente. Nos piores momentos, nos mais difíceis, nos cruciais, nos inspiramos. Nos fortalecemos. Enfrentamos. Somos iguais nisso.
Amo você, eternamente. ❤


sexta-feira, 7 de abril de 2017

Bodas de turquesa...

Eis que hoje recebo uma mensagem da minha mãe, dizendo que eu e Francisco comemoraremos bodas de turquesa amanhã. Sim... Amanhã fazem 18 anos do nosso casamento civil e realmente 18 anos de casados são bodas de turquesa.
É tão difícil pensar em comemorar aniversário de casamento, depois de tudo o que passamos, depois que nos transformamos muito mais em dois irmãos do que em cônjuges... Tenho por ele um amor muito maior do que quando nos casamos, um amor incondicional, de mesmo tamanho e proporção do amor que sinto por nosso filho e todos sabem que o amor maternal é o mais sublime de todos. Mas é exatamente esse amor que eu sinto por Francisco. É o amor que nada abala, nada muda. Mas não é o amor marital. Não me sinto mais como quando casamos, não comemorarei bodas de turquesa. Ele é o meu amor, mas não vou ser hipócrita de dizer que ainda somos como quando casamos. Muita coisa mudou, nosso amor sublimou, se transformou, transcendeu.
E hoje eu me peguei pensando nisso. No quanto eu também me transformei. Eu sempre fui a independente, a que queria viajar o mundo todo, a que dizia que nunca ia se casar... Eu abri mão de tudo, para cuidar do meu amor. Se eu me arrependo? Não. Se eu me questiono? Sempre.
Tenho muito o que comemorar sim, cada vitória ao lado dele, cada conquista, cada vez em que os médicos o desenganaram e a minha força e a minha fé negaram a medicina no momento. Quantas vezes questionei médicos, fui atrás de soluções e consegui fazer com que achassem uma luz no fim do túnel. Porque nunca aceitei perder sem lutar. Sempre fui guerreira, isso é um fato. E mesmo depois de tanto tempo, tantos contratempos, tantas cirurgias, tantas internações, eu ainda sou capaz de lutar com a mesma garra, a mesma obstinação. Porque é isso que uma mãe faz por um filho, é esse o tamanho do meu amor por Francisco.
Comemoro sim, 18 anos de convivência, de entrega, de amor. Mas não de casamento. Não vou ser hipócrita.
E hoje me orgulho da mulher que eu sou, que eu me transformei. Muitas vezes vi minhas colegas de turma, muitas delas formadas, com seus diplomas, com suas carreiras e pensei que fosse menor que elas, por não ter optado em primeiro lugar por minha vida profissional. Mas eu recebi uma missão. Difícil. Pesada. Quase impossível. E sinto muito orgulho de mim por estar cumprindo essa missão. Bravamente. Contrariando todos os prognósticos de que eu não conseguiria. Posso ter aberto mão de uma carreira, mas não abri mão de mim.
E tenho muito o que comemorar. Sou melhor agora. Depois desses 18 anos de convivência, de aprendizado, de amor.