terça-feira, 2 de maio de 2017

Eu nunca vou entender porque coisas ruins acontecem com pessoas boas. Nunca.
E para mim, apesar do mundo em si ser muito ruim, existem sim pessoas boas. Muito boas. Ela é uma dessas pessoas. Dessas que a gente gosta de graça! Dessas que faz nosso dia ficar mais feliz. 
Eu fui recebida por D. Sílvia como sou recebida na casa das minhas tias preferidas. Fui recebida com todo carinho do mundo, ela me deixou à vontade em sua casa, como poucas vezes já consegui ficar na casa de alguém. Foi apenas um fim de semana, nunca mais a vi pessoalmente, mas esse fim de semana ficou marcado para sempre, porque tivemos conversas super longas sobre tudo, me senti em casa na casa dela. Foi maravilhoso!
É a mãe da minha melhor amiga, é a sogra do meu irmão, é minha família. Agora não é mais: ser recebida como se fosse da família. Agora ela é minha família. É alguém que eu amo. A última coisa que ela falou com Bell sobre mim foi que me viu andando pela casa com meias listradas (que lindo, iguais as da Lou, de "Como eu era antes de você"!), e ainda disse que era bem minha cara, que sempre gostei dessas loucuras. Não, eu não tenho as meias listradas. Mas teria facilmente. Porque eu gosto mesmo dessas loucuras. E porque eu fiquei louquinha pelas meias da Lou, quando eu vi no filme, exatamente como imaginei quando li o livro. Ela capta minha alma, ela conseguiu me conhecer intimamente, mesmo tendo tão pouco tempo de convivência... Acredito em ligação de almas, e sei que nossas almas são ligadas.
Acredito em Deus, sei que Ele sabe de todas as coisas, mas ainda assim não me conformo que uma pessoa com a alma tão linda, de coração tão puro, de sorriso de criança, possa estar passando por essa situação tão complicada... Ok, Deus... Me perdoe por não estar conformada. Me perdoe por questionar seus desígnios. Mas sabe... eu daria tudo para passar outro fim de semana na casa de D. Sílvia. Pra rir junto com ela, pra ela se emocionar com minha história com Francisco, pra ela fazer aquela comida caseira tão gostosa, que me fez sentir como se estivesse na casa da minha própria mãe.
Obrigada Deus, por ter me proporcionado ser amiga de Bell e conhecer essa família linda que eu aprendi a amar e ter como minha... Se eu pudesse fazer um pedido agora, seria realmente para que devolvesse a D. Sílvia pra gente do jeitinho que ela é. Mas foi da Sua vontade cessar o sofrimento dela, já que esse tipo de câncer não tem cura.
Tudo o que eu queria era abraçar a minha cunhada e simplesmente não falar nada... Apenas para que ela saiba que eu sempre estarei ali pra ela. Sempre. Imutável e incondicional.