"As pessoas tem medo das mudanças... Eu tenho medo que as coisas não mudem."

Dizem que quem escreveu isso foi Chico Buarque. Como na internet, não temos uma fonte confiável e eu não tenho certeza, não vou afirmar! Só sei que essa frase me traduz muito. Eu estou sempre em constante mutação.

Um exemplo básico disso é o meu relacionamento com meu cabelo. Sim, vocês podem até pensar... Que futilidade... Mas não é. Não comigo, pelo menos. Tem muitas mulheres que não mudam de cabelo nunca, conheço inúmeras que tem o mesmo corte de cabelo desde a época em que eu as conheci. E elas não se incomodam, adoram e eu respeito, claro! Mas eu jamais conseguiria ser assim. Eu não sei o que acontece comigo, muitas vezes o cabelo está lindo, perfeito, exatamente do jeito que eu sempre queria ter. Mas eis que vem uma força interior, muito intensa, que pede a mudança. E me faz sair da zona de conforto (sim, é uma tremenda zona de conforto ter o cabelo padrão, ter o cabelo que todos elogiam e admiram) e querer, desejar a mudança, mesmo sabendo que em muitas vezes posso até me arrepender depois. Porque em quase todas as vezes, o cabeleireiro não entende o que eu quero e faz tudo diferente. E aí eu tenho que arrumar, porque odeio ficar esperando crescer sem ter um corte estiloso e acabo sempre acabando com o curtinho Joãozinho!

Tenho muita sorte, porque o meu rosto favorece o curtíssimo! Muitas pessoas dizem que eu fico muito mais bonita com ele bem curto mesmo. Enfim, não era o que eu queria quando quis mudar o meu chanel perfeito, mas confesso que hoje depois de arrumar ele com alguém que realmente acertou no corte, estou me sentindo outra pessoa! E estou feliz! E fico feliz de não surtar por uma mudança no cabelo. Conheço várias mulheres que ficam deprimidas, simplesmente porque o cabeleireiro cortou a franja um pouco demais... E muitas que vão ao salão há anos só para aparar as pontinhas, porque tem medo de sair da zona de conforto.

Sair da zona de conforto é enfrentar olhares estranhos e críticas. É ouvir de muitas pessoas: "por que você fez isso com seu cabelo?", como se tivesse cometido um crime. É se olhar no espelho todos os dias e afirmar para si mesma que você é mais que um cabelo, que você é linda, independente de cabelo e de padrões de beleza.

Digo isso em relação a dietas e academia também. Eu tive várias fases na vida, desde a fase sedentária até a rata de academia. E hoje posso dizer que encontrei o equilíbrio. Teve uma época que eu contava calorias e me transformei numa chata, que fazia um diário virtual de tudo que comia, para ter um controle e nunca engordar. Tinha uma meta de ter um corpo perfeito (isso é outro absurdo que nos fazem acreditar... a teoria de que existe um corpo perfeito) e para isso me sacrificava, não comia o que eu gostava e era super rígida com os treinos na academia. Hoje descobri que preciso sentir prazer no que eu faço, senão não funciona. E não tive medo de mudar de pensamento. Quero o que me faz bem.

Descobri o muay thai e estou amando as aulas, o professor é divertido e estimulador, a turma também é ótima. Ir para o muay thai é mais que uma simples atividade física, é uma terapia. Nos outros dias, faço musculação e esteira, mas sem querer ter um corpo que não tenho, não quero hipertrofia, já que tenho o biotipo magro e respeito ele como ele é. Quero apenas ter saúde e ser feliz!

E quero que esse espírito de mudança sempre me acompanhe, porque deve ser muito chato não mudar nunca. Respeito quem não muda, mas definitivamente não é a minha praia!