quarta-feira, 14 de dezembro de 2016

Duas montanhas e um sol...

Ah, como tudo era mais fácil quando eu ia pra escola, desenhar duas montanhas e um sol. Vi isso esses dias num instagram de indiretas, bem engraçado, que me diverte muito...
Mas é verdade. Era tudo bem mais fácil! E quando eu penso na pressa que eu tinha de crescer, de ficar "independente", de não ter que dar satisfação a ninguém (quanta ilusão tem a mente de uma criança ou adolescente)... Quanta ingenuidade! Eu daria qualquer coisa pra voltar agora no tempo e estar lá no jardim de infância, me preocupando só em desenhar as duas montanhas e um sol. Talvez uma casinha (porque eu amava desenhar casinhas bem coloridas, comigo em uma das janelas).
Fácil ouvir e repetir que não devemos nos preocupar com nada, que cada dia traz consigo o seu mal (é até um trecho bíblico, só não sei de qual passagem, minha cabeça está doendo muito pra lembrar disso...). É fácil falar, ouvir e repetir. Mas na prática não funciona bem assim. Funcionaria se eu vivesse como uma hippie (já foi um dos meus sonhos e talvez seja o que me espera na velhice). Se eu não tivesse contas pra pagar, remédios para comprar, colégio de filho, aluguel, etc e tal. Como viver sem me preocupar com isso? Desculpem, mas eu não consigo. Não cheguei nesse nível espiritual de não ter que me preocupar com o material, porque infelizmente vivo no mundo material e não no etéreo. Odeio ter que me preocupar com essas coisas, acho tudo isso muito pequeno, mas se eu não pagar minhas contas, provavelmente não conseguirei viver em paz nesse mundo. As pessoas não querem saber das suas dificuldades, elas querem receber o que é devido, não importa como.
Francisco é professor da Universidade do Estado, mas há meses não recebe em dia, em alguns meses recebeu parcelado e no mês de dezembro, que é o mês das "festas" não tem previsão de receber o salário, que dirá o décimo terceiro. Esse é o país em que vivemos. O país onde os políticos reinam e fazem o que querem e ainda culpam o povo por estar mais saudável e envelhecendo mais, causando um rombo na previdência. Odeio falar sobre política, mas está afetando a minha vida, a minha saúde, a minha paz, o meu sono.
Estou numa fase complicada, onde simplesmente não vejo saída. Muitos diriam: vá trabalhar... Vem trocar de lugar comigo, vem... Eu não posso sair de casa nem pra ir ao supermercado, já que o homecare exige que eu fique ao lado do técnico de enfermagem durante as doze horas que ele passa aqui em casa... Aí ontem uma amiga me perguntou: e as outras doze horas do dia? Eu simplesmente respondi: aí eu passo sozinha com Francisco, sem o técnico de enfermagem, é a única coisa que muda, mas continuo sem poder sair de casa. ¬¬
Aham, ainda escuto de algumas pessoas que eu poderia trabalhar sim, não trabalho porque não quero. Ah, vá catar coquinhos!!!
Tudo bem que tudo que estou passando é resultado das minhas escolhas, mas eu tenho o direito de me cansar e reclamar de vez em quando. Pronto, falei.

2 comentários:

  1. É bom desabafar. A vida adulta não é fácil, Tb sinto saudades d quando a maior preocupação era chegar em casa a tempo de assistir caverna do dragão rsrs. Hj são muitas preocupações. Mas, nos resta confiar em Deus e seguir lutando. Como vc disse: nossa vida são consequências de nossas escolhas. E é isso, tanto o ônus quanto o bônus. Chorar é bom, lava a alma. Dai a gente sacode a poeira e segue a vida. :) bjs espero que tudo se resolva logo.

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    1. Verdade!!! Tudo vai se ajeitando... Deus vai dando forças! Amo tu!

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